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Pequeno Gafanhoto


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu tenho Medo deles

Toda criança tem medo de algo, cada uma a partir de suas fantasias. Medo do bicho papão, dos monstros do armário, do velho do saco, do padrasto, do Bin Laden, é tudo absolutamente normal. Mas tem crianças que tem medo de coisas, digamos, menos convencionais. Tá bom, na verdade, nada convencionais. Para qualquer criança normal, figuras banais do dia-a-dia, mas para mim, profundamente aterrorizantes.
Eu tinha medo e até hoje tenho um pouco de receio dessas figuras aí:

Gina.

O sorriso dessa simpática moça é venerado mundo à fora, mas ela nunca me enganou. Sei que por traz desse sorriso há uma mente muito má. Gina, você nunca me enganou.

Sebastian (Mais conhecido como negão da C&A).


Era o cara aparecer na TV que eu me encolhia no sofá. Aquela dancinha inquieta, aquela voz rouca dublada, aqueles olhos saltados me encarando com um largo e diabólico sorriso, tudo me dava medo. Mas hoje os comerciais não me dão tanto medo. É que é muito improvável que eu fique olhando para o cara, sendo que Gisele Bündtchen divide o comercial.

Os padres do Chocolate em Pó Nestlé.

Esses dois aí também já não me deixaram dormir. Até onde minha imaginação me levou, descobri que eles roubavam criancinhas indefesas para mutilar o corpo delas e usar os membros nas suas receitas do mal. Quem me garante que nessa imagem imortalizada pela Nestlé, eles não estão experimentando uma sopa de garotinho medroso?
-E aí? Ficou bom, hoje?
-Você está melhorando nisso, mas tem algo que está deixando um gostinho amargo. Será que é o rim?
-Acho que não, vai ver são as unhas mesmo. Tenho que deixar cozinhando mais tempo.

O Cara da Fantástica Fábrica de chocolate.

Falo da versão antiga do filme, aquela que a dez anos atrás passava no SBT. Aquele aspirante à couver do Slash me dava muito medo. Será possível que eu era o único que não gostava dele? Ele assustava as crianças, botava medo nelas, dava chicletes envenenados, afogava elas no chocolate e achava a maior graça. Hei, senhor Wonka, nunca gostei de você!

O velho (ou a velha) Quaker.

Vai ver é por isso que eu e metade do planeta temos medo dela, ou dele. Não se sabe o sexo desta figura. E ainda por cima tem o mesmo sorriso maquiavélico da Gina. A impressão é que ela me olha e pensa: “Você não imagina o que tenho guardado pra ti.”

Fofão.

Fofura apenas no nome. Era uma aberração do mal, isso sim. Era cachorro, porco ou gente? Não se sabe. Há quem sustente a teoria de que ele é o guardião dos portões do inferno. Não acho exagero. Exagero são aquelas bolas pitorescas na sua cara que podiam ser tudo, menos bochechas . Pareciam seios ou, me desculpem a comparação, um saco. Outra coisa: Ele nunca sorria e estava sempre com um semblante triste, mesmo sendo um personagem dirigido às crianças. Eu não sou do tempo dele, mas até hoje me borro de medo em ver aquela criatura. Minha mãe, que é contemporânea do bicho, disse: “Eu não gostava dele porque tinha cara de ruim”.

Papai Noel.

Nem era medo, eu só não conseguia confiar num cara que uma vez por ano invadia minha casa para me dar presentes que eu não merecia. Sempre imaginei que ele tinha segundas intenções. Imaginei que me dava aqueles presentes para um dia poder vir pedir algo em troca. Talvez ele quisesse me levar para o pólo norte para me transformar em um de seus escravos-duendes. Mas mesmo assim, nunca recusei nenhum de seus mimos. Já tem alguns anos que ele parou de me presentear. Talvez porquê descobri todo o seu esquema.

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